sábado, 24 de julho de 2010

Cantar

Eu chorei, esperneei, me dopei, me anestesiei, vivi normalmente, como um robô que segue seu script diário. Me apaixonei, me desapaixonei? Nunca se consegue esquecer.

Eu quis estar em grupo, tentando espantar a solidão. Mas mesmo em grupo, ainda há a solidão. Mas encontrei amigos. Sim, encontrei amigos!Olha só, ainda posso encontrar amigos! De que adianta querer ser profunda, reflexiva, se são só pistas, e tudo está fora da jurisdição.

Preciso de calma. De estar junto a mim, de estar junto de meus amigos. De rir com meus amigos.

Eu ri , eu quis rir. Trancafiada quis rir. Eu cantei para mim como o pássaro engaiolado canta. Ele canta não é para quem o engaiola, mas para tentar se distrair de sua prisão.Ele canta para ser feliz. Mas ele é feliz?

Hoje estou muda? Deveria cantar mais.
Cantar para se libertar! Desenhar o horizonte, as montanhas, tão fantasmagoricamente belas.

Juntar os cacos. Sempre. E viver, e cantar, e se libertar.